8 de outubro de 2014

È verdade, estou-me a distanciar, nem sei ao certo o que me poderá acontecer, distanciar das musicas, das frases, da causa dos sorrisos voluntários, dos lugares onde passamos juntos e no que poderíamos ter passado, os lugares profundos que alguma vez planeamos. Distanciar, de ti…
È verdade, lá volto eu de novo há estaca zero. Vou esperar que a chuva me traga o alívio e o descanso de ouvir “não vai voltar acontecer”. Uma frase que fez replay ao longo de dois anos que deu origem a uma frustração. É verdade, as coisas “normais” desapareceram e apareceram as coisas fora de série.
É verdade, tenho uma forte e mínima vontade de falar e ver gente, muitos não percebem, o que é bom, assim não preciso de perder mais o meu tempo a tentar explicar as razões pelas quais quero fugir e essas coisas realmente são muito chatas e cansativas. Aliás, a maioria das coisas que envolvem pessoas são chatas.
É verdade, sei que parte desta culpa que sinto foi minha, porque apenas sinto que coloquei sentimentos demais onde nem expectativas cabiam, onde não havia capacidade para tal.
È verdade, que vou ter dias que a saudade me vem sufocar mas nenhum sábio revelou que as coisas boas da vida são fáceis e que de facto, não foi fácil.




“Não quero lembrar. Faz mal lembrar das coisas que se foram e não voltam. Agora já passou. Não sinto raiva, não sinto nada. Sinto saudade, de vez em quando. Quando penso que podia ter sido diferente.”

—   Caio Fernando Abreu.


“Desde que eu caí naquela toca de coelho, só escuto me dizerem o que eu devo fazer e quem eu devo ser. Eu fui encolhida, esticada, esfolada e escondida em um bule de chá. Eu fui acusada de ser a Alice e de não ser a Alice, mas esse sonho é meu! Eu vou decidir pra onde ir a partir de agora, porque eu faço meu destino.”


— 
Alice no Pais das Maravilhas. 

...

Sinto que estamos a chegar ao fim da meta. Tu imploraste para que eu ficasse mas eu estou decidida a partir. Estava tudo bem entre nós, se...