È verdade, estou-me a distanciar, nem sei ao
certo o que me poderá acontecer, distanciar das musicas, das frases, da causa
dos sorrisos voluntários, dos lugares onde passamos juntos e no que poderíamos ter
passado, os lugares profundos que alguma vez planeamos. Distanciar, de ti…
È verdade, lá volto eu de novo há estaca zero. Vou
esperar que a chuva me traga o alívio e o descanso de ouvir “não vai voltar
acontecer”. Uma frase que fez replay ao longo de dois anos que deu origem a uma
frustração. É verdade, as coisas “normais” desapareceram e apareceram as coisas
fora de série.
É verdade,
tenho uma forte e mínima vontade de falar e ver gente, muitos não percebem, o
que é bom, assim não preciso de perder mais o meu tempo a tentar explicar as
razões pelas quais quero fugir e essas coisas realmente são muito chatas e cansativas.
Aliás, a maioria das coisas que envolvem pessoas são chatas.
É verdade, sei que parte desta culpa que sinto foi minha,
porque apenas sinto que coloquei sentimentos demais onde nem expectativas
cabiam, onde não havia capacidade para tal.
È verdade, que vou ter dias que a saudade me vem sufocar mas nenhum
sábio revelou que as coisas boas da vida são fáceis e que de facto, não foi fácil.