Os dias se tornaram meses
desde que desapareceste, virou tudo uma rotina, os livros e as músicas passaram
a me dar ouvidos, parece que dizem exactamente como são os sentimentos. Mas ainda
estou aqui sabes? Continuo a respirar todos estes sentimentos projectado pelos
livros.
Nunca parti, permaneci neste mar de solidão desde o dia que me apeguei
a ti. Continuo nesta espera, das tuas ligações, depois de todas as palavras,
ainda te amo, é inevitável não o sentir. Há noite, é quando o mais sinto! È
quando todas as mares acalmam, é quando o céu me sustenta, quando não estas
aqui. È durante a noite que o meu sentimento aumenta mesmo estando longe.
Ainda
te observo, te escuto, te guardo no meio das lembranças, se não foi o
suficiente? Se calhar não foi, mas prefiro nem saber da resposta, torna-se
ainda mais complicado que a própria matemática.
A vida sempre nos surpreende,
ou quase sempre, mas continuo aqui, com o mesmo feitio, em colocar os sonhos e
o futuro em primeiro plano, o que não deveria de ser assim, mas não se culpa as
estrelas se elas não nos conseguem escutar, não deveria culpar o relógio se
odeio o tempo. Mas não culpes pela tua dor.
Não meças sonhos, porque sonhar é
ilimitado e viver ainda é de graça, mesmo quando muitas pessoas temem em querer
morrer, há outras a lutar por um coração. Não culpes os teus pais pelas coisas
que tu não possuis nem culpes o mundo, nem o céu. Não culpes as nuvens pela
falta de chuva. Não culpes o remédio se ele não amenizou a tua dor. Não culpes
o amor, se foste tu quem não soubeste amar.