29 de março de 2012


Isolei-me de tudo, a troco de nada, afastei-me do mundo e ninguém percebeu, ninguém perguntou, ninguém sentiu, ninguém procurou. Eu não posso culpar alguém por isso, sou diferente, pois sempre acabo por afastar o mundo inteiro de mim, rego a minha própria solidão com doses industriais de desapego. "Não me vou importar", é o que eu digo, "volta lá" é o que meu coração diz, "perdoa" é o que o bom senso manda. "Some", é o que eu acabo sempre por fazer. Sempre. Por mais voltas que dê, fugir é das mais proximas opçoes que eu tomo.

28 de março de 2012

Nota errada na tua vida


Eu não entendo como dizem que devemos de ir á descoberta do mundo com a imensidão do amor, a vida é tão irónica. Quando finalmente engoli o meu orgulho por ti é quando tu me dás para trás depois de meses de luta, como podes-te desistir assim? È que não fez diferença alguma para ti, antes que eu tivesse morrido engasgada no meu próprio orgulho. Não imaginas o quanto eu precisei de ti e tu não esteves-te aqui, eu senti a tua falta, todos os dias, toda a hora, a todos os segundos e não significou nada, estives-te ausente durante dias e agora dizes que não queres mais a minha presença na tua vida. Eu chorei, por muito tempo chorei, e tu não te importaste. Sou mesmo uma nota errada na tua vida, que nada significa para ti. Eu tive medo de ser mais uma em vez de ser a única, tive medo de não ser a tal, tive medo de não estar á tua altura e fugi para um mundo imaginário, mas tu não podias ter desistido assim, era para ter continuado a lutar, era para teres sido mais forte que eu mas não, deixas-te escapar o que estava entre os teus dedos. As nossas mãos se separaram enquanto o nosso amor podia ter sido mais forte. Dizem por aí que o amor tudo vence, é mentira. Eu senti saudade, senti magoa, senti a tua falta e o amor não venceu isso, tu seguiste o teu caminho e me deixas-te para trás.

24 de março de 2012

Apego da Escrita


Disse que talvez um dia iria escrever para ti e tentei contrariar mas a vontade de o fazer falou mais alto, para mim escrever significaria apegar-me demais a ti e é isso que acabei por fazer, apegar-me a ti mas mesmo não querendo, mesmo não te escrevendo, pareço que me apego ainda mais, lá esta este controlo inconstante a sobrepor-se ao que não tenciono fazer. Apeguei-me a ti, de todas as formas e feitios de um modo a fazeres sentir-me bem, protegida e completa, só contigo. Despertamos o interesse e indiretamente tornaste o meu único contacto, o único rapaz, um único vício. E sabes que sei todas as tuas expressões de cor? Relembro, quando davas as tuas gargalhadas, que podia mostrar-me indiferente no momento mas no fundo o meu coração enchia-se de alegria com cada gesto teu. São coisas do coração, coisas inexplicáveis e que se tornaram inalcançáveis. Mania que o coração tem em gritar pelo o teu nome, ir contra a minha vontade enquanto que o tempo se moveu e tudo levou. Pensei, se calhar até seria bom que te esquecesses de quem sou, de como somos, um tu e eu separado, para quando voltares, começarmos de novo este ciclo vicioso em que se tornou. Então me afastei, me desapeguei. Me afastei só para ver se tu te importavas comigo, se tu me amavas realmente, mas eu estava errada pois tu me deixas-te ir. Sendo assim, será melhor percorrer outros sonhos, deixar os momentos para trás, soltar-me destes sentimentos que me perseguem, interromper esta rotina monótona e irritante de só te ter no meu pensamento. É uma questão de escolha sem opção, de não ter mais por onde virar. Frases abaladas, memorias esquecidas.

9 de março de 2012

Tempo!


Eu necessito de tempo para os meus sentimentos, para as minhas lembranças. Exijo um tempo para por os meus planos em prática, para descobrir algo novo e talvez até algo mágico. Acho que preciso de todo o tempo do mundo que resta para mim, de todo o tempo que está guardado. Talvez achem um exagero querer o tempo só para mim, mas preciso desse tempo, para me encontrar, talvez eu tire folga de algumas pessoas e sinceramente, acho que me iria fazer bem, estou apegada demais, preciso quebrar estes laços e fugir, ou talvez tentar voar. Se calhar todo o tempo não chega, talvez falte um pouco mais de tempo porque são tantas as coisas que eu preciso arrumar, erros que eu preciso concertar e um passado que eu deva de soltar. Estou presa, fechada nos meus pensamentos, vendo os outros voar e a fugirem cada um para o seu próprio mundo. Estou só dentro de mim mesma. Não quero um abraço, uma palavra, um gesto, não quero alguém, quero apenas este tempo. Quero acreditar que possa eventualmente haver tempo para tudo, só tenho que segura as pontas e este “tempo morto” passa. Preciso de tempo para arrumar as lágrimas, guardar as memórias tristes dentro de um armário pois o tempo é a necessidade de dar lugar às memórias passadas, colorir e tentar expor esse colorido no tempo presente. O tempo irá me ajudar a entender, a esperar e observar o que o amanha me reserva. Preciso, essencialmente, deste tempo.

3 de março de 2012

Escolhas


Sou tão ou mais pecadora que tu, somos diferentes pois só dás valor as coisas que nem se quer se valorizam, olhas para o teu mundo e apenas para ele, passas por cima de algo e nem se quer te importas. Estas tão cego ao ponto de não veres o que se passa, os sentimentos para ti são transparentes, as lágrimas são banais, vives a vida em redor do que os outros te dizem. Se mandam, tu fazes, se gritam, tu baixas, afinal que tipo de pessoa és tu? Claro, és daquele tipo que pensa “ainda sou novo, tenho muito que aproveitar”! Ès uma criatura recém-nascida sem consciência, mas não te esqueças, quanto mais alto fores, maior será a queda. Meu querido, se calhar sou hipócrita ao ponto de desistir de ti e só pensar em mim, lamento, mas não me deste outra escolha. Sou uma rapariga linda e cheia de amor para oferecer, porque me haveria de importar contigo? Agora digo, acabou. Fim do que vier de ti e me tocar, és uma pessoa igual a todas as outras, desconhecido.

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Sinto que estamos a chegar ao fim da meta. Tu imploraste para que eu ficasse mas eu estou decidida a partir. Estava tudo bem entre nós, se...