8 de novembro de 2010

Diz-me

Diz-me, quantas vezes mais vais voltar a perseguir-me.
Diz-me, quantas vezes disseste que me amavas, quantas vezes pensas-te em mim.
Diz-me, se tenho que ser forte e ultrapassar tudo porque eu estou cansada, cansada de olhar por nos, se esse nos não existe.
Por isso, olha-me nos olhos e diz-me, quanto tempo mais isto vai durar?
Diz-me, se faz favor, quantas vezes eu terei que suportar as tuas mentiras, as tuas traições.
Diz-me, se vais continuar a ignorar-me, se vai haver um fim. Tu sabes, que tudo isto esta a destruir-me, não estou a ter ponta por onde pegar.
Diz-me que não me consegues amar, e que não consegues mudar.
Sabes que quanto mais me pedes para continuar a lutar, mais eu me farto e me canso de ser a única a procurar as peças que faltam na nossa relação, porque tu perdes-te tudo quando me mentis-te, quando me magoas-te. Tu já não consegues sequer olhar nos meus olhos, já não consegues sequer acreditar que “nos” alguma vez pôde existir.
Diz-me que tudo vai acabar para eu continuar a respirar.
Diz-me, que para ti as palavras esgotaram-se, que nunca ouve sentimento da tua parte e que não consegues dar mais de ti.
Porque quando dei por mim, na meta final, já não me reconhecia, já não sabia quem eu era, já não sabia o que era sonhar, já não gostava de ninguém nem de mim própria, já não tinha noção do tempo passar, parecia que tudo tinha parado, já não tinha coração e nem vontade de estar contigo eu tinha.
Mas sabes que mesmo assim eu levantei-me do chão, e soube que isto não era o fim. Que no meio de tanta mentira, só havia uma verdade, que tu nunca me amas-te.
Eu digo-te, que cheguei a um instante e deixei de saber o que sentia, deixei de lutar por ti, deixei de falar em nos, e apaguei-te das minhas memórias, apaguei a marca da tua mão das minhas, apaguei a tua imagem, apaguei o brilho do teu olhar. Por vezes, eu não dormia com medo de sonhar contigo e de no dia a seguir não conseguir enfrentar todos os obstáculos, eu não falei com ninguém com medo de que algo fosse dar a ti, eu senti-me perdida, eu estive tão obcecada em tentar te esquecer que me esqueci de mim, me esqueci de viver.
Eu digo-te que isto para ti foi um jogo, e por mais que tente não sei quem venceu. Porque eu consigo olhar nos teus olhos e dizer-te que acabou, enquanto que tu nem nos olhos me consegues olhar. Podes-me ter deixado sem saída, mas por mérito meu, eu a encontrei.
Eu digo-te, que não sei se isto serviu de algo para ti mas para mim, foi mais uma lição de vida, foi mais uma batalha em que eu aprendi a defender-me. Dormi demasiado tempo a pensar em ti, agarrada a ti, e hoje o meu tempo perdido, foi recuperado.

...

Sinto que estamos a chegar ao fim da meta. Tu imploraste para que eu ficasse mas eu estou decidida a partir. Estava tudo bem entre nós, se...